Florianópolis, SC. Brasil
Através de suas obras, Bruno Bez representa um simulacro imaginativo, onde a fronteira hermenêutica entre figuração e abstração é dramática e transitória – permanece em constante estado de flutuação. Do mesmo modo que suas formas paramétricas remetem ao infinito, os potenciais simbólicos que seus ambientes visuais criam são tão amplos quanto os de um espelho metafísico: dependem plenamente da subjetividade de cada espectador.
Tripod of Life,2017
Instalação Holográfica
Tripod of Life, de Bruno Bez, emula experiências que provocam a lógica e os sentidos, através de uma instalação holográfica interativa, onde as transições aludem a atividades sinápticas pontuadas por um sensor de ondas cerebrais que podem caracterizar um tipo de diérese psicológica tão plástica que é capaz de estender aos limites extremos – até conectar – a emoção e a razão, sensações de vertigem e referenciação.
Essa instalação atribui substância sensorial a uma realidade virtual tridimensional ampla e insólita, capaz de fazer qualquer um reconsiderar suas pré-noções sobre as percepções, as dimensões e as proporções da própria physis. Do mesmo modo, sua composição constitui um universo morfológico ilusório, onde a natureza paradoxal do diálogo audiovisual reside no contraste entre a mímese do mundo orgânico e uma inevitável metonímia inorgânica.
A sofisticação técnica é evidenciada, por exemplo, pelo fato de que, diferentemente do aspecto fantasmagórico recorrente em representações visuais da “fumaça digital”, onde a transparência e a suavidade da substância obliteram, esmaecem os limites de cada partícula, a natureza paramétrica e equacional das estruturas visíveis parece elevar a tecnologia a sua infinita potência, gerando composições geométricas densas e nítidas, que evocam uma estética compósita e granular por meio da qual é possível perceber, nos mínimos detalhes, o sentido e a intensidade de cada fluxo ou vetor imagético.