São Paulo, Brasil
LiveNoiseTupi é um coletivo de performance multimídia colaborativa que utiliza ferramentas de código livre e traquitanas do tipo “faça você mesmo”, para construir ambientes interativos e audiovisuais imersivos. O objetivo de seu trabalho é romper as fronteiras entre tecnologias e temáticas modernas e ancestrais, para ambientar experiências sensoriais, onde o participante pode e deve interagir para modificar as dinâmicas do espaço. Já se apresentaram com formações e convidados diversos para audiências em Zagreb, Liubliana, Londres, Marselha, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre.
Alexandre Porres é compositor, performer, produtor cultural, pesquisador, professor de música e tecnologia. Como músico, atua em diferentes frentes, como música pop, experimental, eletroacústica, improvisação, noise e música de câmara. É especialista em música eletrônica, principalmente no desenvolvimento de sistemas de Live Electronics, na programação de patches de Pure Data.
Ricardo Palmieri (vjpalm) é arquiteto, produtor multimídia e pesquisador de ferramentas livres para produção artística. Foi professor da PUC-SP, do Centro Universitário SENAC e do IED-SP, além de oficineiro em projetos em diversas instituições culturais e educacionais no Brasil e no exterior. Atualmente, realiza projetos autorais de audiovisual interativo, é sócio proprietário da produtora Noisetupi (São Paulo) e consultor de mídias interativas customizadas para artistas multimídia e eventos de publicidade.
Instalação interativa teLEmática
400 x 400 cm
Neste trabalho, o coletivo apresenta dois ambientes imersivos, deslocados geograficamente, mas conectados por uma rede-nuvem. Na embaixada da The Wrong de Curitiba, uma sauna digital será construída, permitindo aos participantes interagir com o elemento água; na embaixada da The Wrong de São Paulo, uma formação ancestral de círculo de compartilhamento ao redor de um fogo digital. Juntos, os dois ambientes propiciarão o encontro-embate entre as tecnologias dicotômicas da água e do fogo, criando o substrato perfeito para a cura compartilhada: o vapor, que propõe a meditação e a troca de fluidos-bits entre as obras e todos os seus participantes. Os dois ambientes receberão, além da intervenção tecnológica, os elementos necessários para uma realização plena do ritual de limpeza, proposto pelo coletivo: o corpo-mídia, a água-luz, a terra-cheiro, o fogo-elétrico e o vapor-bit. Almofadas e esteiras são posicionados na sala sauna e ao redor da fogueira de bits – escultura-estrutura construída com componentes de computadores, processando e controlando toda a informação do ambiente –, para realizar a transformação das interações físicas realizadas pelos participantes da roda em vapor digital. Esse vapor, que exala da interação homem-máquina, é o principal meio fluido para a comunicação transterritorial do processo. Ao lado das almofadas, para uso do público, são posicionadas pequenas caixas com sensores diversos, para que os participantes possam alterar as condições sonoras e visuais do ambiente, composto por um sistema de som especializado (4.0) e pequenas telas com vídeo e luzes LED. Sons ancestrais e sínteses digitais compõem os ambientes, enquanto imagens de floresta e elementos naturais são fundidas com glitches, estrobos e distorções psicodélicas.